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São apenas palavras avulsas sem nenhum sentido aparente, mas que na verdade, no seu amago, na sua alma, representam as confusões mentais de alguém. Alguém quem? Alguém Eu!

domingo, 7 de fevereiro de 2016

A Urgência de Viver - Sermão do Rabino Henry Sobel

Todos os anos, nesta hora de Neilá (sermão do culto judeu) eu observo os seus rostos e vejo algo indefinível em suas expressões. Sei lá, um misto de alegria e tristeza... não sei se "tristeza" é a palavra certa. Talvez apreensão. Antigamente, eu não entendia o porquê. Hoje, um pouco mais velho, um pouco mais maduro, um pouco mais vivido, um pouco mais sensível, acho que consigo compreender.


A matemática da vida não é simples. Cada soma é também uma subtração. Quando somamos mais um Yom Kipur (passagem de ano para os judeus) àqueles que já vivemos, subtraimos um Yom Kipur daqueles que nos restam para viver. Então, a felicidade de estarmos aqui hoje à noite vem acompanhada da melancólica percepção de que o tempo voa e a vida passa.

Neta hora de Yom Kipur, talvez mais do que em qualquer outra, sentimos a urgência de viver. Teddy Kolleck, o dinâmico prefeito de Jerusalém, propõe em sua autobiografia um décimo primeiro mandamento: "Não serás paciente". À primeira vista, tal conselho parece ir contra uma das qualidades mais valorizadas pela humanidade - a paciência é uma virtude!

No entanto, ao refletirmos sobre as palavras de Kollek, percebemos que elas contêm uma grande sabedoria: a impaciência para remediar nossa tendência tão humana de protelar. Pois a verdade é que, em muitas áreas vitais da nossa existência, somos pacientes demais.

Esperamos demais para fazer o que precisa ser feito, num mundo que só nos dá um dia de cada vez, sem nenhuma garantia do amanhã. Enquanto lamentamos que a vida é curta, agimos como se estivéssemos à nossa disposição um estoque inesgotável de tempo.

Esperamos demais para dizer as palavras de perdão que devem ser ditas, para por de lado os rancores que devem ser expulsos, para expressar gratidão, para dar ânimo, para oferecer consolo. Esperamos demais para sermos generosos, deixando que a demora diminua a alegria de dar espontaneamente.

Esperamos demais para ser pais e mães de nossos filhos e filhas pequenos, esquecendo quão curto é o tempo em que eles são pequenos; quão depressa a vida os faz crescer e ir embora. Esperamos demais para dar carinho aos nossos pais, irmãos e amigos. Quem sabe quão logo será tarde demais?

Esperamos demais para ler os livros, ouvir as músicas, ver os quadros que estão esperando para alegrar nossa mente, enriquecer nosso espírito e expandir nossa alma.

Esperamos demais para enunciar as preces que estão esperando para atravessar nossos lábios, para executar as tarefas que estão esperando para serem cumpridas, para demonstrar o amor que talvez não seja mais necessário amanhã. Esperamos demais nos bastidores, atrás das cortinas, quando a vida tem um papel de urgência para desempenharmos no palco.

Deus também está esperando. Esperando nós pararmos de esperar. Esperando nós começarmos a fazer tudo aquilo para o qual este dia e esta vida nos foram dados.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

"Nunca fui do tipo que precisava de atenção, de ser amada por todos, de precisar de um namorado pra ser feliz. Sempre passei a imagem de ser forte. Mas só por isso as pessoas achavam que eu nunca chorei, que eu nunca sofri, que eu nunca amei. E esse foi o maior erro delas, achar que por ser forte eu não tinha um coração".

"Eu sou feita de sonhos interrompidos, detalhes despercebidos, amores mal resolvidos..."


´Seja feita a vossa vontade, senhor. Porque tu conheces a fraqueza do coração dos teus filhos e só entregas a cada um o fardo que ele pode carregar. Que tu entendas o meu amor - porque ele é a única coisa que tenho de realmente meu, a única coisa que poderei carregar para a outra vida. Faz com que ele se conserve corajoso e puro, capaz de continuar vivo, apesar dos abismos e das armadilhas do mundo.´

(Nas margens do rio Piedra eu sentei e chorei" - Paulo Coelho)

Amém!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Procura-se...

É incrível como a inspiração as vezes nos falta. 
Acho que a gente fica velho e ai passamos a ter mais "Ticos" do que "Tecos".
As vezes eu me recuso; mas nem sempre consigo.
Sacudo, espremo a cabeça.

É incrível como a inspiração nos deixa na mão.
Acho que tá faltando um amor arrebatador e ai vemos mais "preto e branco" do que "multicolor"
Ahh.. mas eu me recuso; mas nem sempre consigo.
Esfrego os olhos, espremo as vistas.

É incrível como a inspiração nos abandona. 
Acho que é pouco sofrimento e ai buscamos mais "espinhos" e menos "flores"
Eu me recuso; mas nem sempre consigo.
Abro o coração, solidarizo.

Desse modo encontro inspiração na criança e na adulta; nas zebras e nos camaleões e nas rosas, mas também nos cactos.
Aprendi a viver inspirada, formar opinião sobre as coisas, sentir a energia que me cerca e, especialmente, deixar minha mente livre para mudar de ideia sobre tudo... assim não falta inspiração: se hoje quero o que quero, amanhã posso me questionar sobre o querer em si ou apenas desfrutar do que desejo.


sábado, 4 de janeiro de 2014

Desejo você nos meus braços, espectro de vontades adormecidas que começam a ficar inquietas.

Braços se envolvem num laço, lábios se tocam no beijo, não há nada de suave, tudo com muita paixão reprimida.

Percebe-se que não se pode conter a efervescência, quando os olhos se encontram, as batidas do coração se fazem ouvir nas léguas que nos cercam, então tudo se torna visceral, orgânico, coisa de carne.

Mas não tenho você nos meus braços, mas não tenho você nem perto dos meus braços. O que tenho é desejo, desejo que arde, desejo que queima.

Luto comigo pra conter o que arde no interior, mas estou danificada. Quando arde, quando queima, o coração para, parece que vai saltar do peito.

A queimação chega a cabeça e quando chega ela dói; dói ao se esforçar para não pensar no que todo corpo grita. São membros em guerra só porque querem você, desejam você, nos meus braços.